Você sabia que os mergulhadores conseguem escrever embaixo d’água?
Parece mentira, mas não é. Escrever embaixo d’água é possível – além de necessário! Que o digam os cientistas que fazem do mergulho uma de suas ferramentas de pesquisa, seja no mar ou em rios e lagos, como os biólogos marinhos, os oceanógrafos – que estudam as profundezas dos oceanos e o ambiente marinho – e os ictiólogos – os especialistas em peixes! Enquanto permanecem submersos, eles estão observando e coletando informações para os seus estudos. E já que guardar tudo de cabeça seria impossível, os pesquisadores anotam o que observam. E como fazem isso?
O jeito mais fácil de escrever dentro d’água é usar um lápis diretamente sobre uma prancheta de PVC, um tipo de material usado, por exemplo, para fazer certos tipos de canos. Há vários tipos de lápis que podem ser utilizados: os mais comuns são curtos – com cerca de 12 centímetros – e de grafite macio – do tipo 2B. O apontador fica na superfície: como usá-lo embaixo d’água poderia ser meio complicado, alguns cientistas apontam as duas extremidades do lápis e outros usam lapiseiras com pontas que podem ser trocadas.
Para não correr o risco de perder o lápis ou a lapiseira, costuma-se prendê-lo à prancheta de PVC com o auxílio de mangueiras cirúrgicas. Aliás, para facilitar a coleta de dados, outros instrumentos necessários à pesquisa – bússola, termômetro e régua, por exemplo – também podem ser acoplados à prancheta. Mergulhar segurando a prancheta, no entanto, muitas vezes compromete o equilíbrio do mergulhador. Por isso, alguns pesquisadores preferem fazer anotações em um tubo de PVC adaptado ao braço. Mas há estudos que exigem o registro de uma grande quantidade de dados, o que impede o mergulhador de olhar para baixo e fazer anotações. Nesse caso, os mergulhadores-cientistas usam máscaras que recobrem todo o rosto, com equipamentos acoplados que possibilitam falar com uma base instalada na superfície que pode anotar ou gravar as informações transmitidas.
